por: Osmeire Tobias
Dia 31 de Julho, foi instituído como o Dia Mundial do Orgasmo. Essa foi mais uma criação do mundo do marketing, no ano de 1999, para alavancar as vendas de produtos eróticos ao mercado. O argumento dos seus criadores ingleses, era de promover o debate sobre as dificuldades que muitas pessoas sentem em atingir o ápice do prazer sexual.
E esse é o ponto a que proponho a seguinte reflexão – Por que muitas pessoas sentem dificuldades para alcançar o orgasmo?
Bem existem muitas possibilidades e variáveis que contornam essa realidade; mas uma coisa é fato, ela existe e precisa ser reconhecida, considerada, e pode ser tratada para que se possa melhorar a qualidade da vida sexual e da vida em seus demais aspectos.
Sexo é vida, e ter uma vida sexualmente plena e prazerosa é um fator, inclusive de saúde, pois promove o bem-estar como um todo.
Dentre as várias questões, os mitos e os tabus que permeiam as relações sexuais e a própria sexualidade; hoje vou me ater apenas ao aspecto da nossa vida social, do modo de vida que tem impactado em nossos relacionamentos. As relações tem se tornado mais breves e os momentos dessas relações, mais rápidos, como tem sido a maioria das nossas interações neste “Mundo do Instantâneo” que habitamos.
Essa condição do imediatismo, de vivermos sob a pressão do agora, da realidade retratada ao vivo o tempo todo pelos meios digitais; da exigência da vida profissional, onde cada vez mais temos que saber mais e tomar decisões acertadas… Tudo isso gera um aumento da cobrança e da tensão sob todos nós, exigindo posicionamentos e comportamentos que são analisados e julgados numa velocidade enorme.
O filósofo Zygmunt Bauman, que nos deixou em 2017, afirmava que a vida moderna nos levava a “Relacionamentos Líquidos”, onde as eram privilegiadas as experiências pessoais de cada um, sem a construção da identidade de um casal, e sem a integração entre dois indivíduos.
E hoje temos pesquisas que mostram que o orgasmo não é atingido por um grande número de pessoas, mulheres e homens, onde em alguns momentos ele é fingido por ambos, e em outros é buscado e alcançado apenas como uma necessidade biológica ou compulsiva, mas sem o envolvimento emocional que complementa uma relação amorosa. Bauman ainda completou dizendo que “Hoje os relacionamentos escorrem por entre os dedos”
O que você busca? O que o seu parceiro(a) busca? A relação sexual deve valorizar o melhor para ambos. Pense nisso!